Em minha juventude, gostava de como dizemos aqui em Goiás “gambirar” coisas (comprar, vender, trocar), mas a verdade é que nunca levei jeito para tal. Na maior parte dos negócios não me saia muito bem, o prejuízo era quase certo.
Depois que o negócio estava concluído e já havia passado o calor e empolgação a ficha começava cair e passava a enxergar o cenário com um olhar mais racional e menos passional como no calor do negócio, e de conseqüência me sobrava o arrependimento na maioria das vezes.
Ao ler o relato das conseqüências da queda em Gênesis 3:17-24 percebo que Adão caiu no mesmo erro:
E ao homem declarou O Senhor: “Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, Adão deu à sua mulher o nome de Eva, pois ela seria mãe de toda a humanidade. O SENHOR Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher. Então disse o SENHOR Deus: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre”. Por isso o SENHOR Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. 24 Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida."
Adão troca o bem mais precioso do universo por nada, por uma ilusão oferecida pelo inimigo a sua mulher. Adão envolvido pela situação, no calor do negócio não pensa e faz a pior “gambira” de sua vida.
Ele troca a presença e comunhão de Deus por um fruto, ele troca o desfrutar da presença de Deus na viração do dia, do caminhar com O Senhor, do ouvi-lo bem de perto, do sentir seu caloroso amor por uma ilusão passageira.
O pior é que não temos o costume de aprender com os erros dos outros, principalmente o erro de alguém que está a milhares de anos de nós. Dificilmente aprendemos com os erros daqueles que estão a nossa volta, dizemos isso nunca aconteceria comigo, mas a realidade nos mostra que não é bem assim.
A pergunta hoje é o que tem sido o fruto, o objeto, a posição, o cargo, o salário, o prazer etc, que tem me seduzido a ponto de fazer um negócio tão prejudicial como o de Adão, trocar a única coisa que realmente importa, a presença de nosso Deus e sua comunhão por nada?
Tento imaginar o que passou na mente de Adão nos dias seguintes ao fato, com certeza ele pensou a que saudade, a que vontade de voltar ao “Jardim da Inocência”...
A Deus toda Glória
Texto escrito inspirado na música de Paulo César Baruk, Jardim da Inocência.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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