quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

NATAL, O GRANDE AMOR DE DEUS

A Bíblia para alguns é uma coletânea de histórias do povo judeu, para outros um livro de regras religioso, para outros um livro de ficção, para nós cristão é a Palavra de Deus!

Mas além disso, ela é a história de uma busca constante do Grande amor de Deus ao homem.
E o ponto alto da história desta busca tem seu início com o Natal, o nascimento de Jesus, o Emanuel, o Deus conosco.
É o momento da história onde Deus intervém de forma direta em nosso favor, é o momento onde o amor de Deus é derramado sobre a humanidade, totalmente e sem reservas.


Rm 5:6-11 - Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.


O texto nos fala que por alguém “bom” talvez alguém até se anime a morrer em seu lugar, se eu perguntasse aqui, quem é mãe ou pai provavelmente diria que morreria no lugar de seu filho.
Mas o texto vai além e nos diz que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores, ou seja, inimigos de Deus, separados de Deus.Ele ultrapassa todas as barreiras e nos alcança com seu grande amor.

Natal é saber que somos amados, é saber que somos especiais, é saber que somos importantes.

Natal é saber que Deus nunca desistiu de nós, é saber que Jesus ainda continua a porta de nossos corações a bater, e aquele que abrir, ele entrará e fará de sua vida uma grande festa, um grande banquete, você ceiará com Ele e Ele contigo – Ap. 3:20.

Ainda Natal é lembrar que Ele pagou um altíssimo preço por nos amar tanto assim e precisamos por amor Dele, pagar um preço a cada dia e amar as pessoas pelas quais Ele deu sua vida.

Natal é dia de nos sentir verdadeiramente amados, é dia de saber que você é a pessoa mais amada em todo universo.

A Deus toda glória!


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A ética que impressiona os descrentes

Por ocasião do Sínodo dos Bispos, realizado em Roma, em outubro de 2008, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, salientou que os católicos da América Latina que se convertem ao protestantismo, imediatamente, “mudam o modo de se comportar, pois assumem um digno comportamento moral, deixando tudo o que parece indigno na nova vida de crentes”. O prelado católico acrescentou a informação de que “a Palavra que [eles] escutam é formativa para sua vida, alimenta seus espíritos e testemunha os valores religiosos que agora interiorizam”.

Tomara que esse reconhecimento de Dom Walmor volte a mexer com a igreja evangélica brasileira em priorizar a pregação do novo nascimento, experiência religiosa que leva o pecador a adotar estilo de vida oposto ao anterior, pois “se alguém está em Cristo, é nova criatura”, já que as coisas antigas ficaram para trás e tudo se fez novo (2Co 5.17).

Numa reunião realizada no Rio de Janeiro, em novembro de 1868, Ashbel G. Simonton, o pioneiro da Igreja Presbiteriana do Brasil, declarou que a implantação e o crescimento do evangelho no país dependia antes de tudo do seguinte: “A santidade da igreja deve ser ciosamente mantida no testemunho de cada crente”. Agora, em novembro de 2008, em entrevista à revista Igreja, o biblista batista Luiz Sayão volta a falar sobre o testemunho dos crentes: “Para termos pastores, educadores e outros líderes cristãos responsáveis, precisamos enfatizar três pontos: o ensino das Escrituras, a experiência profunda com Deus e a ética que impressiona os descrentes”.

Elben M. Lenz César
Editor Ultimato

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Grandes Igrejas, grandes negócios.

Não sei onde isso vai parar, fiquei pensando se eu que sou evangélico, que tenho uma formação teológica e de certa forma consigo fazer uma distinção apropriada de crentes e crentes, igrejas e igrejas e mesmo assim não consigo deixar de me escandalizar com certas notícias, como ficaria a cabeça de um não crente com notícias como esta que transcrevo abaixo?

SÃO PAULO - Funcionários da Igreja Universal do Reino de Deus foram cercados por 20 homens armados na Rua Poética Musical, na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, no último domingo. De acordo com as vítimas, os assaltantes estavam em quatro carros, armados com fuzis e metralhadoras, e usavam máscaras e capuzes para não serem identificados. O bando levou R$ 52 mil arrecadados de fiéis pela igreja. Uma das vítimas (funcionário), que é policial militar, teve um celular e uma arma calibre 38 levados pelos assaltantes. O caso foi registrado no 43º Distrito Policial
[1].

O que me impressiona não é o assalto, nem a ação dos assaltantes, pois estão apenas cumprindo seu papel de meliante. O que me choca é a inversão de posições por parte de “funcionários” da igreja, chamados para anunciar, transportam valores para baixo e para cima e que valores, diga-se de passagem, além de uma escolta armada.

Diante disso lembrei-me de um texto de Ezequiel 28:16-18:
Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniqüidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam.

Não estamos isentos de cair no mesmo erro citado no texto acima, li ontem um artigo de Elben Cezar “Babelismo, uma doença incurável”, mostrando que este espírito não acabou e que continua em nossos dias a busca pela grandeza, suntuosidade, fama e ele nos traz um importante alerta: “Os crentes precisam tomar cuidado com as megaigrejas. Elas podem ser portas abertas para o babelismo em sua versão religiosa”.

As igrejas têm feito do meio (dinheiro) o fim, e do fim (pregação do evangelho) instrumento para se chegar ao meio.

A Deus toda glória
[1] Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/vinte-cercam-funcionarios-da-igreja-universal-e-levam-r-52-mil-de-doacoes.html

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cada vez que minha fé é provada

Na última semana passei pela pior experiência de minha vida, ver minha pequena filha de menos de 3 anos convalescendo em um leito de um hospital correndo risco de morte.
Ela foi acometida por uma pneumonia gravíssima que teve várias outras complicações decorrentes da infecção, foram dias no vale da sombra da morte!
Mas graças ao meu maravilhoso Pai (Abba), hoje ela está em casa, bem, finalizando o tratamento.

Depois de passado a tempestade consigo enxergar algumas valiosas lições que ficaram de tudo isto, a primeira é que: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades
e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus,
por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido.”
Is. 53:4-7

O que quero mostrar com este texto não é o fato Dele ter curado minha filha, mas sim o que Ele me mostrou ali naquele hospital. Ao ver minha pequena naquela situação o desejo que inundava meu coração era de tomar o seu lugar, tirá-la daquele sofrimento e passar para o lugar dela. Deus me mostrou com uma experiência clara e real que foi justamente isto que Ele fez por nós, nos olhava em nossas mazelas, presos, mortos e como um Pai Ele se colocou em nosso lugar, derramou de sua graça e pagou o preço de nossa liberdade, nos livrou do laço da morte.

Isto é algo que qualquer crente sabe de cór, mas muitas vezes é mais teórico do que qualquer outra coisa, Deus naquele momento derramou uma porção de seu coração de Pai sobre minha vida e com isso uma enorme gratidão inflou meu coração. Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e nossas iniqüidades caíram sobre Ele.

A segunda lição foi uma experiência de fé com meu Deus, até então textos como a cura da filha de Jairo e outros eram traços de uma fé racional, os entendia e aceitava intelectualmente, ou então testemunhava através das experiências de terceiros, Ele fez isso na vida de fulano.
Deus queria proporcionar a minha experiência de fé com Ele, pessoal e real, longe do campo racional, algo realmente sobrenatural. Assim Ele fez, “tomou-a pela mão e lhe disse: “Talita cumi! ”, que significa “menina, eu lhe ordeno, levante-se!”.

Deus curou minha filha, por várias vezes eu fiz esta oração a Ele: “Senhor eu sei que podes, mas aumenta minha fé”, tenho entendido que era este o propósito, aumentar minha fé e assim Ele tem feito, agora tenho minha grande experiência de fé com meu Deus, não sei se é o suficiente para entrar para a galeria de Hebreus, o que sei é que é totalmente suficiente para me levar a amar mais e mais, incondicionalmente este Deus de milagres!

A Deus toda a glória

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Basquete e vôlei: os protestantes e as Olimpíadas

Creio que todos nós brasileiros, lamentando a falta de políticas públicas para a área dos esportes, vibramos com a medalha de ouro conseguida pela nossa seleção feminina de vôlei, a de prata pela seleção masculina, e com as boas apresentações das equipes de basquete.
Como a história é escrita pelos vencedores ou pelas maiorias (e não premia aqueles que não cultivam a própria memória), ninguém teve o interesse de se perguntar quem (e como) trouxe essas modalidades esportivas para o Brasil.
A verdade histórica é que o basquete e o vôlei foram introduzidos no Brasil pelos colégios protestantes no final do século 19 e início do século 20. O Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns, PE, onde estudei, o mais antigo educandário evangélico do Nordeste, construiu a primeira quadra poliesportiva coberta naquela região e sediou um campeonato nacional juvenil nos idos de 1959.
Os colégios protestantes (presbiterianos, metodistas, batistas, anglicanos e outros) foram pioneiros em muitos aspectos na educação nacional: a) primeiras escolas mistas (para homens e mulheres); b) primeiras escolas técnicas profissionalizantes: agrícolas, industriais e comerciais; c) introdução da disciplina educação física; d) introdução do basquete e do vôlei. Ao contrário da cultura ibero-católica aristocrática, valorizavam-se as mãos, o corpo e o trabalho.
Essas escolas, que abrigaram, inicialmente, os filhos discriminados da minoria protestante, se abriram para a emergente classe média (de Gilberto Freyre a Ariano Suassuna) e concedeu bolsa a milhares de carentes. O ex-presidente da República Itamar Franco (um órfão), conseguiu terminar os seus estudos secundários graças a uma bolsa concedida pelo Colégio Metodista de Juiz de Fora, MG, por ser um excelente jogador de basquete. As escolas protestantes estavam imbuídas da ideologia do progresso (religião superior + democracia + progresso), o que levou o ex-presidente da República Café Filho a afirmar, em sua autobiografia: “Aprendi a amar a Democracia na escola missionária de Natal (RN)”. O Movimento da Escola Nova buscou nesses colégios muito do que seria introduzido na educação pública no Brasil. O protestantismo de imigração já estava no Brasil desde a Regência: os ingleses, urbanos, com o comércio e a indústria, e os alemães, rurais, com a agricultura; o protestantismo de missão, desde 1855, com a chegada do pioneiro pastor e médico escocês Robert Reid Kalley.
Essa fase (1810-1910) foi marcada por uma visão missionária de participação e influência na cultura e nas instituições brasileiras, o que levou a minoria protestante a se envolver nas causas da Abolição, da República e do Estado Laico. Em geral eles eram pós-milenistas (otimistas) ou a-milenistas (realistas) em escatologia. Essa visão permaneceu nas propostas sociais, das pequenas bancadas evangélicas às Constituintes de 1934 e 1946, ao fomento de uma geração de intelectuais nacionalistas e socialmente reformistas, ao trabalho aglutinador, conscientizador e profético da Confederação Evangélica Brasileira (1934-1964), ao engajamento no incipiente sindicalismo rural do pré-64.
Com a importação das controvérsias teológicas norte-americanas (evangelho social versus evangelho individual; liberalismo versus fundamentalismo), da escatologia pré-milenista/pré-tribulacionista; com a vinda de um pentecostalismo “branco” (isolacionista), que, ainda por cima, absorve aspectos legalistas, anti-corpo e anti-prazer do catolicismo de romaria no interior do Nordeste (hoje, com uma nova geração lúcida querendo mudar); com a Guerra Fria, com a ditadura militar, os protestantes brasileiros entraram em uma amnésia coletiva que afetou a sua identidade. O divisionismo denominacional, a importação de toda novidade do estrangeiro e o fenômeno do pseudo-pentecostalismo (que nem é evangélico, nem é protestante) agravaram essa crise de identidade.
As atuais gerações não conhecem seu passado (personagens, fatos, idéias), nem suas bases teológicas; não sabem quem são, nem para que servem (uma multidão isolada, alienada e sem visão de participação). Seu crescimento numérico não tem alterado as mazelas nacionais, pois permanecem reduzidas às emoções, ao subjetivismo, ao individualismo, aos cultos-espetáculos estrangeirizados. O nosso passado é onde podemos buscar o nosso futuro.
O quadro atual pode e deve mudar. O basquete e o vôlei são, em muito, nossos. Os protestantes, mais do que todos, deveriam ter razão para comemorar!


• Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política -- teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo -- desafios a uma fé engajada. www.dar.org.br

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Quem os elegeu como nossos representantes?

No dia 26 de Agosto de 2008 discursou no Supremo Tribunal Federal o bispo Carlos Macedo de Oliveira, representante da Igreja Universal na Audiência Pública que debate a interrupção de gravidez dos fetos anencéfalos.

O que me intriga não é o fato de que a Universal assumindo uma disputa infantil com a Igreja Católica se manifeste contrário a tudo o que ela defende como aqui no caso do aborto si posicionando e militando a favor, como também no caso do uso da camisinha e outros.

Não, não é isto que me intriga, o que me chama a atenção é que este grupo tem assumido uma posição de representantes da população “Evangélica”, como expressa na reportagem da rede globo, sem nenhuma contestação por parte da Igreja Evangélica Brasileira. No congresso já encabeçam a chamada bancada evangélica e quando aparecem com dinheiro na mala, escândalos de corrupção etc, não são os líderes da universal, são os líderes evangélicos.

Quem elegeu estas pessoas como representantes de nossa “classe”? Quem os colocou nesta posição?
Já não basta a onda de pessoas que colocam as mãos sobre suas próprias cabeças e ungem a si mesmos pastores, bispos, apóstolos e sei lá mais o que?

Em toda classe social, empresarial, religiosa para que você faça parte dela é preciso preencher alguns pré-requisitos, mas para ser contado nas fileiras evangélicas não, basta rotular sua entidade como tal e já é!Acredito que chegou o tempo de se fazer uma peneira, de colocar os pingos no “Is”, tempo de se fazer uma confissão fé bíblica que demarque os pilares da fé evangélica, para que o nome da Igreja de Nosso Senhor Jesus não seja envergonhada e maculada pelo mau procedimento de uma classe que parece não estar nem um pouco preocupada com isso.

Quando os profetas se calam a voz da injustiça eco em alto e bom som por toda parte, precisamos nos posicionar, para que não sejamos mal representados por aqueles que tomam a palavra e a usam a seu bel prazer.

A Deus toda glória

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Segredo do viver bem!!!

Um dia desses, conversando com o meu pastor, lhe perguntei: - Qual o sentido da vida, como a gente sabe que está vivendo bem? Meu pastor começou a cofiar a sua vistosa barba, seus olhos brilharam e, com a singeleza que sempre o caracteriza, respondeu-me: - O sentido da vida é ter prazer e, vive-se bem, quando se vive com prazer.

Eu estava pronto para qualquer resposta menos para esta, sabe como é, a gente tem tanta idéia sobre tudo, e acha que tudo tem de ter, para ser digno de crédito, algum grau de sofisticação. E, prazer parece tão vulgar! Embora, a bem da verdade, todos gostem e queiram. Mas, é que prazer sempre parece fazer parte do furtivo, do subversivo. Bem... eu não iria dizer isso para ele...de verdade, nem precisava.

Respirei fundo e disse: Que tipo de prazer? Eu estava tentando fazê-lo se situar e me situar. Afinal, tem todo o tipo de prazer por aí. Mais uma vez ele me olhou para além dos olhos e respondeu: - O único, só tem um, quando há prazer, de verdade, só pode ser este.

Pronto, se a coisa já estava complicada, agora, havia se tornado enigmática. E eu estava certo de que há vários tipos de prazer, não há quem não concorde! Quer dizer, há... o meu pastor!

Mas, eu estava disposto a complicar –lhe a situação, não iria deixar a coisa assim tão fácil, porque, afinal de contas, isso não é resposta, ele fala o único, como se fosse o óbvio ululante. Perguntei-lhe, então, de chofre: - Onde está esse prazer?

Ele mirou-me, como poucas vezes, como a ler o que eu nem sabia que havia escrito, isto é, se fui eu que o escrevi. Dessa vez, arranjou o cabelo: - Vou-lhe dizer, primeiro, onde não está.
Sabe aquele casal que está saindo do motel, ainda ofegantes, declarando maravilhas um para o outro, onde um e outro nunca tiveram pacto, a não ser aquele que é quebra da aliança que, de fato, um dia eles celebraram e, cujos companheiros nem desconfiam que, naquele momento, está sendo relegada ao vulgar?

- Sabe aquele homem que está saindo do beco, com as mãos sujas de sangue, olhando para todos os lados, para ver se não foi visto, enquanto, apesar do rosto marcado pelo medo e pela raiva, pensa estar, finalmente, saboreando a sua vingança?
- Sabe aquele rapaz que está olhando para aquela moça, como quem olha para um objeto com que se possa fazer de tudo e que, só em fazer de tudo, encontra o seu sentido?
- Sabe aquele senhor em posição de autoridade, que acaba de finalizar uma operação financeira, espúria, que é a subversão de tudo o que ele representa e está lá para fazer?
- Sabe aquela pessoa que acaba de gastar uma fortuna numa pedra, que lhe conferirá muito “status”, apesar de ter custado algo que mitigaria a miséria de muitos?
- Sabe aquele jovem agachado no canto, com o olhar vago, que, embalado por um som desconexo, vê figuras espantosas, disformes, que, por acreditar que a vida não é, consome algo que o leva para o que não existe, e nunca mais o deixa voltar de lá?
- Sabe aquele sujeito torturando alguém, de alguma forma, pelo simples desfrutar do sofrimento alheio?
- Sabe aquele camarada querendo mudar o mundo por acreditar que isso é tudo o que há? E o outro que acha que o mundo é ele? Não é aí que o prazer está.

Mas, agora, olhe aquele casal apaixonado, descobrindo-se um no outro, preparando-se para envolverem, por toda a vida a vida toda. E aquele empresário que acabou de sair de uma reunião onde ele e outros decidiram usar os seus dons para mitigar a miséria alheia. Observe aquele cientista que, com afinco, se debruça sobre a sua prancheta, a reler as suas anotações, ele está ciente de que vai contribuir para o progresso da humanidade, que muita gente vai ser beneficiada. Veja aqueles jovens correndo à beira daquele lago, brincando de modo cada vez mais criativo e alegre, se deixando, entretanto, ser interrompido pela beleza do lugar. E há, também, o homem no seu trabalho, qualquer trabalho, grato por poder fazer o que está fazendo, compreendendo que faz parte da malha que mantêm o mundo dos homens funcionando, e gente se alimentando. Sem contar aquela senhora que acaba de separar algo das guloseimas que fez para sua família, para ofertar a vizinha do lado, que ela achou um pouco triste. Impressiona aquele marido, da sala, observando sua esposa a cuidar de seus filhos; admirado como o tempo a fez mais bela, a fez mais mulher, a fez mais gente, e como ela está presente na maioria de suas boas memórias. Admire aquele filho (a) abraçado (o) ao seu pai, à sua mãe. E aqueles pais recebendo o seu filho, com braços e sorrisos abertos, apesar de tantos desatinos.

Olha lá! Há alguém socorrendo o que tem fome, pelo faminto; curando o enfermo, pelo enfermo; dando água ao que tem sede, pelo sedento; visitando o preso, pelo encarcerado.
E o estudante encantado com o conhecimento? Contemple aquela pessoa, ali, debaixo da árvore, admirando a beleza e a matemática do universo. E o ancião concluindo, há mais entre o céu e a terra. E aquele jovem que acaba de mudar de idéia acerca de si, e está pronto para se deixar transformar. É aí que o prazer está.

A essa altura eu estava sem fôlego, foram tantas as visões, umas que causaram tanta dor, outras, tanto enlevo, visões que se alternaram e que me deslocaram para tantos lugares, o que eu poderia dizer?

Bem... Achei que, talvez, só mais uma questão, para entender bem: - Por que nessas atividades, tão díspares entre si, está o prazer? - Por quê? Replicou meu pastor, demonstrando alguma surpresa. – Porque eles estão meditando na grande lei. – Pastor, o Senhor me desculpe, mas, tantas coisas tão estranhas entre si, não parecem corresponder a nenhuma lei... Para dizer a verdade, se eu fosse definir isso tudo acho que eu chamaria de alguma espécie de amor. Aí toda a surpresa dele veio à tona! - E o que você acha que é a grande lei? – Que lei, pastor? – A minha! Disse ele. – Prazer é meditar no amor, e meditar, não é só pensar. Meditar é viver. Viver bem é viver com amor, em amor, por amor. É aí que reside o prazer. O amor só edifica, só aproxima, cria, se compromete e dá sentido. Quem vive assim... vive, e, viver assim é ser próspero, é ser como a árvore sempre verde à beira do riacho acalentador, que lhe garante geração constante, ou seja, lhe garante estar sempre em consonância com a Vida.

Ah! Pastor, pensei que o Senhor ia me falar da Igreja... – Mas, essa é a vida da Igreja. Disse-me. – E o culto? – Mas, esse é o culto. Respondeu-me. – E a celebração, então? – Tem de ser a explosão desse prazer. Arrematou.
- Ah! Pastor, então existe vida em meio ao caos e prazer em meio à dor? – Existe, filho... feliz é o que ama, porque vive.

Ariovaldo Ramos

terça-feira, 29 de julho de 2008

Pastores de fantasia e ovelhas de fantasia

É claro demais: não havendo ovelhas, não há necessidade alguma nem de igrejas nem de pastores.
Tão claro quanto: não havendo alunos, não há necessidade nem de escola nem de professores; não havendo doentes, não há necessidade nem de hospitais nem de médicos. Isso quer dizer que, havendo ovelhas, há necessidade de pastores.

Assim como há decepção mútua entre estudante e professor, há também decepção mútua entre ovelha e pastor. Os dois têm de saber que a decepção é de ambos os lados. Assim é mais fácil tratar do problema do relacionamento entre um e outro. É como se fosse um desconforto conjugal, que exige humildade e diálogo de ambos os cônjuges para recuperar a harmonia perdida
(veja Pastor & igreja: uma relação (conjugal) em crise, de Ricardo Agreste).

O problema é antigo e preocupante. Há ovelhas que se queixam amargamente de seus pastores e há pastores que se queixam amargamente de suas ovelhas. Enquanto Deus se queixa de ambos ou, conforme o caso, só de um deles.

No livro do profeta Zacarias há uma palavra muito dura contra os pastores:
“Ai do pastor imprestável, que abandona o rebanho”(Zc 11.17).

Em outras versões, o “pastor imprestável” tem sido pitorescamente chamado de “pastor de nada” (TEB), “pastor de coisa nenhuma” (EP) e “pastor de fantasia” (CNBB). Esse pastor é aquele que não se preocupa com as ovelhas. Não procura a que está desgarrada, nem cura as machucadas, nem alimenta as sadias, mas come a carne das ovelhas mais gordas (Zc 11.16). O quadro é patético. Serve para contrastar com o comportamento do Bom Pastor por excelência (veja De olho no grande pastor das ovelhas).

Se há “pastores de fantasia”, os tais pastores mercenários a que Jesus se refere (Jo 10.12), pastores sem alma, sem dedicação, sem testemunho, sem autoridade e sem mensagem, há também ovelhas obstinadas, que tapam os ouvidos para não ouvir, como o próprio Zacarias admite (Zc 7.11).

Há muitos pastores não de fantasia que já não sabem o que fazer por essas ovelhas imprestáveis, essas ovelhas de fantasia. Um deles, o profeta Jeremias, queixou-se de que pregou em vão durante vinte e três anos, dia após dia (Jr 23.3). Outro, o apóstolo Paulo, queixou-se de que suas ovelhas de Corinto nunca saíram da carnalidade para a espiritualidade, nem do leite para o alimento sólido, nem dos “ensinos elementares” para as “coisas difíceis de entender” (1 Co 3.1-3, Hb 5.11-14). (Veja Fome Zero — pastores e padres de mamadeiras na mão por este Brasil afora)


Revista Ultimato dezembro 2004

terça-feira, 1 de julho de 2008

Temos ouro e prata, mas não damos a ninguém...

Atos 3: 6 - Disse Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande”.

Uma vez escutei uma história que descrevia uma visita de um coroinha ao Vaticano, e o arcebispo que o acompanhava ia lhe mostrando as belezas que ali havia.
Chegaram a um grande e belo salão todo recoberto por ouro e prata e o arcebispo disse ao jovem coroinha: No início da Igreja um paralítico pediu esmola para São Pedro e São João na entrada do templo e ele lhe disse:
“Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou”.
Hoje nós temos ouro e prata nas paredes do Vaticano, e de pronto o coroinha respondeu ao arcebispo:
“Que pena que hoje não podemos dizer ao paralítico, levanta e anda”.

Acredito que isso se aplica a nossa realidade como protestantes hoje, temos ouro e prata, a questão é, temos, mas não repartimos com ninguém como era feito na Igreja de Atos. As Igrejas estão cada vez mais capitalistas e ricas, voltadas para si, enquanto a pobreza alastra ao seu redor. E o pior, muitos aplicam um verdadeiro terrorismo sobre seus fieis no toma lá da cá, e se não der além de não ter bênção ainda é amaldiçoado por Deus. Aprisionam as pessoas as quais Jesus morreu para que fossem livres.

O Dr. John Stott ao comentar Tg. 1:27 “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Assistir os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” disse:

“ O único valor dos cultos religiosos é que eles concentram em cerca de uma hora de atividade pública, vocal e congregacional, a devoção de toda a nossa vida.. Se isto não acontece, e ao invés disso dizemos e cantamos na igreja coisas que nada têm a ver com a vida cotidiana lá fora, em casa e no trabalho, então ir aos cultos é ainda pior do que fazer nada; nossa hipocrisia positivamente provoca náuseas em Deus”.

O que isso tem a ver conosco? Temos feito do meio o alvo de nossa jornada, o dinheiro que muitas vezes é o meio para abençoarmos vidas e impulsionar a obra evangelística tem se tornado o alvo da igreja moderna como foi antes da reforma.
Perdemos totalmente a noção primitiva de repartir o pão de casa em casa (At. 2:42), e de contrapartida vivemos um evangelho voltado para nossos pés, ou melhor dizendo para nosso próprio umbigo.

A Igreja Evangélica precisa novamente lançar seu olhar para o alto, para as coisas do alto, fitando na pessoa e obra de Nosso Senhor Jesus que sendo Deus se colocou em nossa posição humana, humilhando-se em nosso favor (Fl. 2:7,8).

Precisamos nos lembrar que:
“Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais infelizes I Co15.19”.

A Deus toda glória

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Vida de gado

Vocês que fazem parte dessa massa... Êeeeeh! Oh! Oh! Vida de gado, Povo marcado Êh! Povo feliz!... Zé Ramalho

Há alguns dias atrás acompanhamos as inúmeras ações impetradas por membros de uma igreja evangélica contra uma revista por ter soltado uma reportagem que feria seus interesses, não estou aqui julgando o mérito da questão, mas sim o que ficou evidente, que os líderes desta igreja estavam incitando seus membros a tomarem tal atitude.

No sábado último fui a um evento com um grupo famoso o qual estava sendo promovido por uma grande denominação neopentecostal de Goiás e o que presenciei foi lamentável, um verdadeiro comício em torno do nome dos líderes e da denominação.

Lamentável ver que o rebanho de Deus tem sido manipulado por homens que usando o nome que está acima de todo nome, promovem apenas o seu pequeno reino.

É triste e muito preocupante ver o rumo que o meio evangélico brasileiro vem tomando, líderes em busca de seu sucesso profissional buscam a todo preço conchavos com políticos a fim de conseguir concessões de rádio e TV, com vistas à promoção de seu “ministério”, e a moeda de troca neste grande negócio é uma massa que os mesmos manipulam através das ferramentas que ganharam.

Jesus já nos advertiu sobre tais homens:
“João 10.12 -13 - Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa”.

E tais homens têm feito de Jesus o maior garoto propaganda de todos os tempos, para venderem seus produtos basta identificarem no rótulo: “Gospel; de Jesus; abençoado; ungido etc...”, e assim prosseguem com seus empreendedorismos “santos” rumo ao alvo de suas vocações que com certeza não é o mesmo de Paulo.

Suas vocações têm muito mais a ver com títulos, status, poder, renome e grana, muita grana essa é a grande verdade. E algo ainda mais grave se dá por estes usarem uma capa de santidade para intimidar e controlar as pessoas como era feito na idade média.

Acredito ser este o tempo de uma nova reforma, não apenas teológica, mas principalmente moral e espiritual, precisamos hoje de homens como Jonh Wesley, os Irmãos Morávios, Wycliff, Jonh huss etc. Homens que não estavam preocupados em estar na moda, mas remaram contra a corrente dominante, em busca dos interesses do Reino de Deus.


A Deus toda glória

quinta-feira, 5 de junho de 2008

BÔNUS SEM ÔNUS

Sl. 16: 2,5 - Ao SENHOR declaro: “Tu és o meu Senhor, não tenho bem nenhum além de ti”... SENHOR, tu és a minha porção e o meu cálice.

A moda hoje é, trazer para nosso contexto eclesiástico elementos, símbolos e práticas veterotestamentais, candelabros, chofar, incensários além de vários títulos e um deles é o de Levita.

É extremamente comum que as pessoas que lidam com grupos musicais na igreja se autodenominem levitas, fazendo uma ligação direta com a função e prática da tribo de Levi na ministração do templo, pois tais eram responsáveis pela parte musical no culto a Deus.

O que acontece é que esta era uma dentre tantas atribuições deles, que contemplava o cuidado com a limpeza e manutenção do templo, cuidado com os animais, assistência aos órfãos e viúvas etc. Além disso para esta tribo não havia ficado nada da partilha de bens das tribos de Israel. Para que pudessem comer eles dependiam do Senhor, assim como para vestir e tudo mais, literalmente a herança deles era o Senhor e com certeza ficaram com a melhor parte nesta partilha, o Senhor é o melhor bem que um homem pode ter como é declarado pelo salmista.

A diferença de nossos “Levitas” atuais é que eles querem gozar do bônus de se ter o Senhor como herança, o “status” de ministrar as massas, de estar em uma posição realmente privilegiada, mas não querem pagar o preço, ou seja, o ônus de tal posição, a principal função dos Levitas era servir, o serviço era sua principal função, mas os nossos contemporâneos pouco se envolvem com este tipo de serviço, é muito pequeno e baixo para que se envolvam, suas posições são muito altas e “especiais”.

Esquecemos que o único que é tão alto a ponto de ter o direito de não se envolver com a miséria e sofrimento humano, se esvaziou e humilhou tornando servo e obediente a ponto de se entregar a uma morte miserável, morte de cruz (Fl. 2).

O conselho é:
Se alguém almeja tal posição, siga este exemplo de Cristo e abrace de fato a causa, recebendo todos os benefícios, todo bônus de tal posição, mas agarrando também firmemente o ônus que isto implica.

A Deus toda glória

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Como queria voltar ao Jardim da Inocência

Em minha juventude, gostava de como dizemos aqui em Goiás “gambirar” coisas (comprar, vender, trocar), mas a verdade é que nunca levei jeito para tal. Na maior parte dos negócios não me saia muito bem, o prejuízo era quase certo.

Depois que o negócio estava concluído e já havia passado o calor e empolgação a ficha começava cair e passava a enxergar o cenário com um olhar mais racional e menos passional como no calor do negócio, e de conseqüência me sobrava o arrependimento na maioria das vezes.

Ao ler o relato das conseqüências da queda em Gênesis 3:17-24 percebo que Adão caiu no mesmo erro:
E ao homem declarou O Senhor:
“Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, Adão deu à sua mulher o nome de Eva, pois ela seria mãe de toda a humanidade. O SENHOR Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher. Então disse o SENHOR Deus: “Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre”. Por isso o SENHOR Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. 24 Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida."

Adão troca o bem mais precioso do universo por nada, por uma ilusão oferecida pelo inimigo a sua mulher. Adão envolvido pela situação, no calor do negócio não pensa e faz a pior “gambira” de sua vida.
Ele troca a presença e comunhão de Deus por um fruto, ele troca o desfrutar da presença de Deus na viração do dia, do caminhar com O Senhor, do ouvi-lo bem de perto, do sentir seu caloroso amor por uma ilusão passageira.

O pior é que não temos o costume de aprender com os erros dos outros, principalmente o erro de alguém que está a milhares de anos de nós. Dificilmente aprendemos com os erros daqueles que estão a nossa volta, dizemos isso nunca aconteceria comigo, mas a realidade nos mostra que não é bem assim.

A pergunta hoje é o que tem sido o fruto, o objeto, a posição, o cargo, o salário, o prazer etc, que tem me seduzido a ponto de fazer um negócio tão prejudicial como o de Adão, trocar a única coisa que realmente importa, a presença de nosso Deus e sua comunhão por nada?

Tento imaginar o que passou na mente de Adão nos dias seguintes ao fato, com certeza ele pensou a que saudade, a que vontade de voltar ao “Jardim da Inocência”...

A Deus toda Glória

Texto escrito inspirado na música de Paulo César Baruk, Jardim da Inocência.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Meu nome não é Jhonny...

Fui ao cinema este fim de semana assistir o filme brasileiro Meu nome não é Jhonny, ele conta a história de um jovem de classe média de São Paulo que se envolve com drogas e inicia sua vida no tráfico se tornando um grande traficante entre a classe média.

O legal do filme é que ao ser pego e julgado a juíza tem uma grande sensibilidade com relação ao rapaz e seu depoimento e ao invés de lhe mandar para uma cadeia por mais de 10 anos ela o envia para um centro de recuperação pos dois anos, acreditando em sua recuperação, e é exatamente isso o que acontece, o rapaz se recupera deixa as drogas e a vida no crime e hoje é um bom cidadão.

Mas você deve estar se perguntando e daí? Qual moral da história?

A questão é que “Meu nome também não é Jhonny”, e em um belo dia de minha vida um outro Juiz acreditou que havia jeito para mim, mas não era um juiz qualquer, era o Senhor e Juiz Jesus Cristo.

A minha vida não chegou aos extremos da vida do personagem João Guilherme, não mergulhei tão fundo neste horrendo mundo, mas trilhei um bom tempo bem perto dele, e no momento em que praticamente ninguém mais acreditava que iria virar algo que preste, Ele acreditou em mim, e Ele continua acreditando nos Joãos Guilhermes da vida, nos Niltons, nos Pedros, José, Maria, Ana...

Apesar de muitas vezes nós desistirmos com tanta facilidade das pessoas, de menosprezar achando que esse não tem jeito mais, Ele nunca desistiu de nós, pelo contrario, Ele acreditou no pior momento de nossas vidas, o momento em que já estávamos tão perdidos que éramos inimigos Dele.

Ele acreditou em mim, acreditou em você e é por isso que hoje somos reabilitados ao convívio com Aquele é Santo, Santo, Santo, tanto hoje como sempre.

Obrigado Senhor Jesus, por ter acreditado em mim quando nem mesmo eu acreditava.

A Deus toda Glória

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Basta ao discípulo ser como o seu mestre

Mateus 10:25a – “Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor...”

Um amigo me enviou um link para o site de um pastor que seria preletor de um congresso no qual ele iria tocar.
Ao acessar o site me deparei com a seguinte frase ao lado de uma enorme e produzida foto do mesmo: “Pastor fulano de tal, ele ora e os mortos se levantam...”, confesso que ao ler aquilo um mal estar tomou conta de mim.
Antes quem ressuscitava os mortos era Jesus, e em boa parte de seus milagres Ele pedia segredo.

Basta ao discípulo ser igual ao seu mestre, me parece que este verso caducou, expirou seu prazo de validade, a sua nova versão é:
“Seja tão bom a ponto de nunca lembrarem quem foi seu mestre”.
Houve uma inversão do discurso de João: “Jo 3:30 - É necessário que ele cresça e que eu diminua.”, por (me perdoem a revolta),
que Ele si incline para que eu o use de escada.

O Anuncio não é sobre o que Jesus é ou o que Ele pode fazer em favor da miséria humana e sim sobre homens que usam deste inefável nome para sua autopromoção.

Devo confessar, isso mexeu comigo, mexeu a ponto de subir um frio melancólico por minha coluna, um súbito medo tomou conta de mim e me lembrei de uma frase proferida pelo Dr. Ronaldo Cavalcante no lançamento de seu livro:
“As futuras gerações olharam para este período da igreja com a mesma visão que olhamos hoje para a da idade média.”

Acredito que este quadro está sendo pintado pela igreja brasileira, e o que fazer para mudar as cores obscuras deste quadro? Como mudar o fim desta triste história?

Contentar-nos com a posição de ser como o nosso mestre, e o servo, como o seu senhor, entender que é Dele a honra, a glória e o poder, e se existir algum valor em nós é Ele quem vai nos exaltar.

A Deus toda glória

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A liberdade que nos torna cativos...

Mc. 5:1-20 “... Quando se aproximaram de Jesus, viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo; e ficaram com medo. Os que estavam presentes contaram ao povo o que acontecera ao endemoninhado, e falaram também sobre os porcos...”.

O início do texto nos apresenta a triste história de um homem escravizado e cativo por satanás. Um homem descriminado, que vivia a margem da sociedade, sem nenhuma perspectiva de vida, pois o que tinha era na melhor das hipóteses uma sobrevida e muito sofrida. Mostra que este homem caminhava para a morte, não só física mais espiritual, pois além de agredir a si mesmo e viver em repetidas contendas com a população local sua vida espiritual estava entregue nas mãos de satanás.

Mas a partir do verso seis sua história que estava praticamente traçada rumo à desgraça eterna começa a mudar, no momento em que ele encontra com outro Homem.
Não um homem qualquer e sim “Jesus, O Filho do Deus Altíssimo”, e com este encontro a vida deste homem é transformada e o quadro de sua história muda como é descrito no verso 15 citado acima.
Jesus liberta este homem, lhe restitui a dignidade, o domínio próprio, o juízo e lhe concede nova vida.

É assim que acontece conosco hoje quando encontramos com o Senhor Jesus, Ele opera em nós todas estas maravilhas, nos liberta, restaura, nos coloca em posição de honra etc. Mas o mais intrigante e fascinante é que esta liberdade que Ele nos concede é a mesma que nos torna cativos a Ele. O homem no texto de marcos não sai daquele lugar e vai embora curtir sua liberdade, ao contrário, clama para que possa ficar com Jesus, ele quer estar com Ele, a serviço d’Ele, e Jesus diz não, vai e anuncia aos seus tudo que o Senhor lhe fez, e este homem como um bom servo vai e não se contenta em anunciar somente entre os seus, mas a toda cidade, e à medida que ia fazendo as pessoas se admiravam com o poder de Jesus.

A grande diferença é que este “cativeiro” não é imposto por grilhões e cadeias, não por força nem por poder, mas o que acontece é que somos constrangidos por tamanho amor a querer estar perto e servi-lo, a amá-lo a ponto de nos entregar ao seu querer, sabendo que estamos debaixo das mãos de um Deus que não é só amoroso, mas é o próprio amor.

É impossível para aquele que contempla tão grande salvação virar as costas e sair forro da presença de tão maravilhoso Senhor.

A Deus toda glória