quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A ética que impressiona os descrentes

Por ocasião do Sínodo dos Bispos, realizado em Roma, em outubro de 2008, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, salientou que os católicos da América Latina que se convertem ao protestantismo, imediatamente, “mudam o modo de se comportar, pois assumem um digno comportamento moral, deixando tudo o que parece indigno na nova vida de crentes”. O prelado católico acrescentou a informação de que “a Palavra que [eles] escutam é formativa para sua vida, alimenta seus espíritos e testemunha os valores religiosos que agora interiorizam”.

Tomara que esse reconhecimento de Dom Walmor volte a mexer com a igreja evangélica brasileira em priorizar a pregação do novo nascimento, experiência religiosa que leva o pecador a adotar estilo de vida oposto ao anterior, pois “se alguém está em Cristo, é nova criatura”, já que as coisas antigas ficaram para trás e tudo se fez novo (2Co 5.17).

Numa reunião realizada no Rio de Janeiro, em novembro de 1868, Ashbel G. Simonton, o pioneiro da Igreja Presbiteriana do Brasil, declarou que a implantação e o crescimento do evangelho no país dependia antes de tudo do seguinte: “A santidade da igreja deve ser ciosamente mantida no testemunho de cada crente”. Agora, em novembro de 2008, em entrevista à revista Igreja, o biblista batista Luiz Sayão volta a falar sobre o testemunho dos crentes: “Para termos pastores, educadores e outros líderes cristãos responsáveis, precisamos enfatizar três pontos: o ensino das Escrituras, a experiência profunda com Deus e a ética que impressiona os descrentes”.

Elben M. Lenz César
Editor Ultimato

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Grandes Igrejas, grandes negócios.

Não sei onde isso vai parar, fiquei pensando se eu que sou evangélico, que tenho uma formação teológica e de certa forma consigo fazer uma distinção apropriada de crentes e crentes, igrejas e igrejas e mesmo assim não consigo deixar de me escandalizar com certas notícias, como ficaria a cabeça de um não crente com notícias como esta que transcrevo abaixo?

SÃO PAULO - Funcionários da Igreja Universal do Reino de Deus foram cercados por 20 homens armados na Rua Poética Musical, na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, no último domingo. De acordo com as vítimas, os assaltantes estavam em quatro carros, armados com fuzis e metralhadoras, e usavam máscaras e capuzes para não serem identificados. O bando levou R$ 52 mil arrecadados de fiéis pela igreja. Uma das vítimas (funcionário), que é policial militar, teve um celular e uma arma calibre 38 levados pelos assaltantes. O caso foi registrado no 43º Distrito Policial
[1].

O que me impressiona não é o assalto, nem a ação dos assaltantes, pois estão apenas cumprindo seu papel de meliante. O que me choca é a inversão de posições por parte de “funcionários” da igreja, chamados para anunciar, transportam valores para baixo e para cima e que valores, diga-se de passagem, além de uma escolta armada.

Diante disso lembrei-me de um texto de Ezequiel 28:16-18:
Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniqüidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam.

Não estamos isentos de cair no mesmo erro citado no texto acima, li ontem um artigo de Elben Cezar “Babelismo, uma doença incurável”, mostrando que este espírito não acabou e que continua em nossos dias a busca pela grandeza, suntuosidade, fama e ele nos traz um importante alerta: “Os crentes precisam tomar cuidado com as megaigrejas. Elas podem ser portas abertas para o babelismo em sua versão religiosa”.

As igrejas têm feito do meio (dinheiro) o fim, e do fim (pregação do evangelho) instrumento para se chegar ao meio.

A Deus toda glória
[1] Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/vinte-cercam-funcionarios-da-igreja-universal-e-levam-r-52-mil-de-doacoes.html