segunda-feira, 16 de junho de 2008
Vida de gado
Há alguns dias atrás acompanhamos as inúmeras ações impetradas por membros de uma igreja evangélica contra uma revista por ter soltado uma reportagem que feria seus interesses, não estou aqui julgando o mérito da questão, mas sim o que ficou evidente, que os líderes desta igreja estavam incitando seus membros a tomarem tal atitude.
No sábado último fui a um evento com um grupo famoso o qual estava sendo promovido por uma grande denominação neopentecostal de Goiás e o que presenciei foi lamentável, um verdadeiro comício em torno do nome dos líderes e da denominação.
Lamentável ver que o rebanho de Deus tem sido manipulado por homens que usando o nome que está acima de todo nome, promovem apenas o seu pequeno reino.
É triste e muito preocupante ver o rumo que o meio evangélico brasileiro vem tomando, líderes em busca de seu sucesso profissional buscam a todo preço conchavos com políticos a fim de conseguir concessões de rádio e TV, com vistas à promoção de seu “ministério”, e a moeda de troca neste grande negócio é uma massa que os mesmos manipulam através das ferramentas que ganharam.
Jesus já nos advertiu sobre tais homens:
“João 10.12 -13 - Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa”.
E tais homens têm feito de Jesus o maior garoto propaganda de todos os tempos, para venderem seus produtos basta identificarem no rótulo: “Gospel; de Jesus; abençoado; ungido etc...”, e assim prosseguem com seus empreendedorismos “santos” rumo ao alvo de suas vocações que com certeza não é o mesmo de Paulo.
Suas vocações têm muito mais a ver com títulos, status, poder, renome e grana, muita grana essa é a grande verdade. E algo ainda mais grave se dá por estes usarem uma capa de santidade para intimidar e controlar as pessoas como era feito na idade média.
Acredito ser este o tempo de uma nova reforma, não apenas teológica, mas principalmente moral e espiritual, precisamos hoje de homens como Jonh Wesley, os Irmãos Morávios, Wycliff, Jonh huss etc. Homens que não estavam preocupados em estar na moda, mas remaram contra a corrente dominante, em busca dos interesses do Reino de Deus.
A Deus toda glória
quinta-feira, 5 de junho de 2008
BÔNUS SEM ÔNUS
Sl. 16: 2,5 - Ao SENHOR declaro: “Tu és o meu Senhor, não tenho bem nenhum além de ti”... SENHOR, tu és a minha porção e o meu cálice.
A moda hoje é, trazer para nosso contexto eclesiástico elementos, símbolos e práticas veterotestamentais, candelabros, chofar, incensários além de vários títulos e um deles é o de Levita.
É extremamente comum que as pessoas que lidam com grupos musicais na igreja se autodenominem levitas, fazendo uma ligação direta com a função e prática da tribo de Levi na ministração do templo, pois tais eram responsáveis pela parte musical no culto a Deus.
O que acontece é que esta era uma dentre tantas atribuições deles, que contemplava o cuidado com a limpeza e manutenção do templo, cuidado com os animais, assistência aos órfãos e viúvas etc. Além disso para esta tribo não havia ficado nada da partilha de bens das tribos de Israel. Para que pudessem comer eles dependiam do Senhor, assim como para vestir e tudo mais, literalmente a herança deles era o Senhor e com certeza ficaram com a melhor parte nesta partilha, o Senhor é o melhor bem que um homem pode ter como é declarado pelo salmista.
A diferença de nossos “Levitas” atuais é que eles querem gozar do bônus de se ter o Senhor como herança, o “status” de ministrar as massas, de estar em uma posição realmente privilegiada, mas não querem pagar o preço, ou seja, o ônus de tal posição, a principal função dos Levitas era servir, o serviço era sua principal função, mas os nossos contemporâneos pouco se envolvem com este tipo de serviço, é muito pequeno e baixo para que se envolvam, suas posições são muito altas e “especiais”.
Esquecemos que o único que é tão alto a ponto de ter o direito de não se envolver com a miséria e sofrimento humano, se esvaziou e humilhou tornando servo e obediente a ponto de se entregar a uma morte miserável, morte de cruz (Fl. 2).
O conselho é: Se alguém almeja tal posição, siga este exemplo de Cristo e abrace de fato a causa, recebendo todos os benefícios, todo bônus de tal posição, mas agarrando também firmemente o ônus que isto implica.
A Deus toda glória