segunda-feira, 19 de abril de 2010

RENOVADO NO SENHOR

Eu já vinha de dias difíceis espiritualmente em decorrência de vários problemas eclesiásticos a minha volta, acusações uma atrás da outra, escândalos, líderes encobrindo a sujeira de outros se sabe lá por quê? Irmãos devorando uns aos outros e muito mais...
Tudo isso já vem abatendo meu coração, causando tristeza, desanimo e extinguindo minhas forças.
O problema maior não é este, pois se temos a certeza de se tratar de problemas localizados e específicos temos a esperança de uma solução.
O grande problema é quando percebemos uma “septicemia”, uma “metástase” desta doença horrenda e muita mais que mortal que é o pecado.
Quando isso acontece a tendência é de a esperança se esvair, a chama começa a se extinguir, o dia se torna em noite.
É mais ou menos isso o que tem acontecido comigo, não bastasse o que tem acontecido a minha volta, minha caixa de e-mails é bombardeada com notícias como as que seguem:

- Davi Sacer anuncia desligamento do Trazendo a Arca (Logo após se desligar do toque no altar para montar este ministério);

- Durante anos tenho compartilhado vários testemunhos. Em quase todos eles acrescentei mentiras. “Alguns deles são totalmente mentirosos” (trecho de comunicado de Davi Silva, da Casa de Davi);

- Bispo da IURD ensina a arrecadar dinheiro e a 'negociar' com bandidos;

"Ando ganhando muito mais piscadelas de garotas nos shows do que no passado” (Jennifer Knapp, estrela ascendente da música cristã que assumiu a homossexualidade na semana passada).

- Bispo da IURD responde as denúncias da Folha de São Paulo;

- Culto vira palanque político de Garotinho;

- Em Manaus, o evangelho tem sido usado para um verdadeiro estelionato. “Contamos com você para denunciar tudo isso” (Tony).

O que pensar? O que fazer? O que sentir?

“Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás? ou gritarei a ti: Violência! e não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniqüidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há também contendas, e o litígio é suscitado. Habacuque 1.2-3”

“Em meio à dor e a solidão minha alma se consome de tristeza, ela se apega ao pó” [1].
Assim tem estado minha alma, já não tenho nenhuma esperança, é como se tudo tivesse deslizado morro a baixo como na tragédia do Rio de Janeiro, más:
“À noite ao me deitar, me lembrei de teu nome ó Senhor, lembrei que perto estás e que quando clamo de todo o coração, Tu ouves a minha voz”
[2].

Amém!!! É isso que tem sido meu oxigênio em meio à imersão de coisas que nunca imaginei viver em meio à igreja, sim, pois muitas destas coisas não as vivi mesmo nos piores dias de minha vida pregressa a Jesus.

Lendo os textos tema da edição atual de Ultimato, “Deus não está calado”, recobrei minha esperança ao ver que Deus jamais se cala e minha oração neste momento é “FALA MESMO SENHOR!!!”

A Deus toda Glória

Pr. Nilton de Oliveira



[1] Paráfrase salmo 119

[2] Idem

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

QUERIA SER MENOS SANTO

MT. 15:23 – “... Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos.”

Esta atitude dos discípulos de Jesus diante de uma mulher gentia que os incomodava não é restrita somente a eles.
Nós os “santos” evangélicos também não gostamos de nos misturar com os “gentios”, porque somos muito mais santos, muito mais “salvos”, melhores doutrinariamente, melhores teologicamente entre outros que os demais cristãos e outros mortais que não nos misturamos muito menos nos envolvemos com eles.

Quando olho para a vida de pessoas como Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança que acaba de perder a vida se dedicando aos outros. Uma Senhora de 75 anos, médica, rica, poderia estar fazendo tantas coisas, mas ao contrário de nós os “santos” se preocupava o com o sofrimento alheio.

Acho que gostaria de ser menos “santo”, assim acho que me envolveria mais com as pessoas.

Se fosse menos “santo”, acho que me aproximaria mais das pessoas e me sensibilizaria com suas dores e sofrimentos.

Menos “santo” acho que ficaria menos com os olhos voltados para o alto me imaginado no céu e olhando para a terra talvez me compadecesse dos que não tem esperança de vida nem aqui, quem dirá no céu e me achegaria a estes.

Se fosse um pouco menos “santo” acho que me preocuparia menos com as picuinhas eclesiásticas de nos desgastam e tomam todo nosso tempo e sobraria algum para dedicar a ouvir o solitário, o desamparado, o sem esperança, o depressivo e outros.

Gostaria de ser menos “santo”, assim desceria de meu pedestal de exaltação sacro e me humilharia colocando-me a altura dos demais e com isso poderia os olhar nos olhos e ler os seus corações sofridos e carentes de migalhas de atenção e esperança.

Menos “santo” não desperdiçaria minhas forças em embates com outros de minha “santa” espécie sobre a cor da parede do templo ou a liturgia do culto, o estilo do louvor, a maneira correta da escola dominical, eleições entre tantas e focaria todo este esforço em assistir ao cansado, o órfão, a viúva e tantos outros pequeninos.

Enfim, gostaria de tentar imitar Jesus, que subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.

A Deus toda glória