quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

QUERIA SER MENOS SANTO

MT. 15:23 – “... Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos.”

Esta atitude dos discípulos de Jesus diante de uma mulher gentia que os incomodava não é restrita somente a eles.
Nós os “santos” evangélicos também não gostamos de nos misturar com os “gentios”, porque somos muito mais santos, muito mais “salvos”, melhores doutrinariamente, melhores teologicamente entre outros que os demais cristãos e outros mortais que não nos misturamos muito menos nos envolvemos com eles.

Quando olho para a vida de pessoas como Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança que acaba de perder a vida se dedicando aos outros. Uma Senhora de 75 anos, médica, rica, poderia estar fazendo tantas coisas, mas ao contrário de nós os “santos” se preocupava o com o sofrimento alheio.

Acho que gostaria de ser menos “santo”, assim acho que me envolveria mais com as pessoas.

Se fosse menos “santo”, acho que me aproximaria mais das pessoas e me sensibilizaria com suas dores e sofrimentos.

Menos “santo” acho que ficaria menos com os olhos voltados para o alto me imaginado no céu e olhando para a terra talvez me compadecesse dos que não tem esperança de vida nem aqui, quem dirá no céu e me achegaria a estes.

Se fosse um pouco menos “santo” acho que me preocuparia menos com as picuinhas eclesiásticas de nos desgastam e tomam todo nosso tempo e sobraria algum para dedicar a ouvir o solitário, o desamparado, o sem esperança, o depressivo e outros.

Gostaria de ser menos “santo”, assim desceria de meu pedestal de exaltação sacro e me humilharia colocando-me a altura dos demais e com isso poderia os olhar nos olhos e ler os seus corações sofridos e carentes de migalhas de atenção e esperança.

Menos “santo” não desperdiçaria minhas forças em embates com outros de minha “santa” espécie sobre a cor da parede do templo ou a liturgia do culto, o estilo do louvor, a maneira correta da escola dominical, eleições entre tantas e focaria todo este esforço em assistir ao cansado, o órfão, a viúva e tantos outros pequeninos.

Enfim, gostaria de tentar imitar Jesus, que subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.

A Deus toda glória