quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Recupenrando a esperança!

Recupenrando a esperança!

Texto: Lm. 3:1-26

Pr: Nilton Santos de oliveira

O que tem levado as pessoas hoje a perderem a esperança?

Em que você tem depositado sua esperança?

Em nosso texto base Nabucodonosor destrói toda a cidade de Jerusalém, captura o povo de Israel os levando para o exílio, e Jeremias descreve aqui todo o seu sofrimento, seu lamento e sua dor por tamanha destruição, humilhação e sofrimento do povo nas mãos de um tirano gentil.

As suas casas, seus gados, amigos, filhos, mulheres destruídos e dizimados.

Há também na tristeza do profeta uma dor relacionada à apostasia da nação, eles haviam abandonado a Deus e estavam entregues as suas paixões e pecados e isso causava grande sofrimento a Jeremias também.

Esta dor e tristeza são tamanhas que leva Jeremias a declarar nos versos 18-20 que a sua vitalidade esvaiu, acabou. A palavra glória aqui pode ser traduzida por “Seiva” a qual a árvore não sobrevive sem ela.

Ele declara: Aquilo que me dá vida acabou, já não vejo nenhuma esperança para mim e meu povo, já estou desesperado e abatidon não tenho mais esperança nem mesmo em Deus.

Para muitos uma situação como esta de Jeremias poderia levar até mesma a abrir mão de viver, mas não é isso que ele faz, ele dá uma ginada em sua vida. O que muda a atitude do profeta? O que lhe dá forces para recuperar a esperança de viver?

Jeremias se lembra dos atributos de seu Deus, ele traz à memória quem é o Deus de Israel, e isso começa a transformer auqela apatia em vida, o desanimo em vontade de viver.

Reflita:

Nos momentos mais difíceis e angustiantes de sua vida, lembre-se quem é o seu Deus!

Como vimos na devocional passada, Jeremias se lembra de algumas de algo que muda o sentido de sua vida naquela situação, ele declara:

QUERO TRAZER À MEMÓRIA O QUE ME PODE DAR ESPERANÇA.

A tradução literal deste verso é: Eu vou fazer voltar ao meu coração o que me dá esperança.

Jeremias em meio a tempestade se lembra de algo que lhe alimentava e era o combustível para uma vida saudável e tranquila e declara então que vai colocar isso novamente dentro do seu coração, porque é isso que vai lhe dar esperança em meio a tudo isso que está acontecendo.

Jeremias se lembra das características de seu Deus:

I – Ele é misericordioso (heb. chesed) – verso 22a

A pesar de tudo, de nosso pecado, nossas negligências e qualquer outra situação, não somos consumidos, pois este Deus é misericordioso, este atributo faz parte de seu caráter, faz parte de sua essência.

O profeta se vê em grandes dificuldades, mas lembra que ele e seu povo não serão consumidos porque o seu Deus é um Deus de misericórdia.

Ou seja, o seu perdão não acaba ele está sempre ao nosso alcance.

Jeremias lembrando-se disso entende que aquele não era o fim de Isral.

II – Ele é compassivo (heb racham) – verso 22b

A palavra traduzida aqui na parte “b” do verso por misericórdia tem o sentido de compaixão ou carinho.

As suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos e isso porque o seu carinho, a sua compaixão não tem fim.

Compaixão é um sentimento que leva alguém a sentir na pele o sofrimento do outro, ele está dizendo não somos consumidos porque este Deus está sentindo na pele o que eu sinto, ele é pessoal e se coloca em meu lugar, el epode entender o meu sofrimento, sabe muito bem o que estou passando.

Servimos a um Deus que se importa conosco ao ponto de se colocar em nosso lugar para sentir o que sentimos e a conseqüência última disso foi sua ida à cruz em nosso lugar.

Quando a esperança estiver se esvaindo, traga estas verdades novamente para dentro de seu coração.

Jeremias segue a partir do verso 23 se lembrando que o seu Deus, o Deus de Israel também é:

III – Ele é fiel – verso 23

Jeremias sabia que o seu Deus é fiel, que Ele não pode mentir e que havia feito promessas a seu povo e que iria cumpri-las.

Deus já havia profetizado pela boca do próprio Jeremias que chegaria um dia que o Senhor firmaria uma nova aliança com esta casa e que esta seria inquebrável.

Jr. 31:31-33 - Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.

Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR.

Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

Deus havia prometido pela boca do próprio Jeremias um concerto com Israel e Ele iria cumprir.

Lembre-se em meio a crise que o seu Deus irá cumprir as promessas que tem feito a você em sua vida.

IV – Ele é a sua herança – verso 24

Jeremias entendeu que não precisava ficar aflito por nada, pois este Deus era a sua herança, ele era a sua porção. E Jeremias sabia que ele havia ficado com a melhor parte.

O salmista no salmo 16:2 declara:

Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente.
Uma versão católica diz:
Digo a Deus: Sois o meu Senhor, fora de vós não há felicidade para mim.

Ou seja, este Deus era a fonte de sua felicidade, esta herança é o que trazia alegria e vigor mesmo em meio à crise.

Em meio a tempestade lembre-se que o melhor de Deus ainda está por vir!

Os atributos de Deus não param por ai, o profeta coloca dentro de seu corações outras verdades que ele tinha conhecimento sobre seu, ele também é:

V – Ele é bom – verso 25

Para os que esperam Nele!

Interessante esta colocação, e é isso que trouxe tranqüilidade ao profeta, ele sabia que este Deus é bom para as pessoas que esperam Nele e Jeremias mesmo estando em meio a um povo corrompido continuava a esperar em Deus, mesmo quanto seus amigos lhe abandonaram, as pessoas zombavam dele, sua postura foi de confiança e espera em Deus.

Ele sabia que esta bondade de Deus iria lhe alcançar.

VI – Ele é o seu Salvador – verso 26

Como já lemos em Jr. 31:31-33, Jeremias sabia que este Deus iria lhes salvar, iria concertar toda a situação e por isso ele levanta a cabeça em meio a crise e muda de postura.

Ele chega a conclusão de que diante de um Deus com todas estas características e sendo este Deus seu salvador o melhor é esperar Nele a sua salvação e isso em silêncio, ou seja, sem murmurar pois ele confiava as coisas já estavam todas resolvidas na eternidade.

Que terminar lembrando as palavras de outro homem que chegou a este mesmo entendimento de Jeremias, o Apóstolo Paulo.

Romanos 8:26-39 “… Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou

perigo, ou espada? ... Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou

convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Está difícil a luta? A sua esperança já se foi? Já não vê mais saída?

Salmo: 37:5 - Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quando o bem se cala, o mal ecoa!

“Julio Severo, um dos ativistas pró-vida e pró-família mais proeminentes do Brasil, fugiu do Brasil para escapar do Ministério Público Federal que está atrás dele depois que uma queixa de “homofobia” foi registrada contra ele por sua cobertura desfavorável da parada gay de 2006, de acordo com Severo”.

Fonte:
http://noticias.gospelmais.com.br/ativista-cristao-julio-severo-foge-do-brasil-para-escapar-de-acusacoes-de-homofobia.html

Recebi com espanto e temor a notícia acima, lendo toda a matéria e o post de Severo em seu blog comecei a me perguntar quem é que está exercendo preconceito? Severo por replicar aquilo que a Bíblia diz a milhares de anos a qual acreditamos ser a Palavra de Deus, ou o Ministério Público Brasileiro, por defender os interesses de um grupo em detrimento de outro sem mesmo que alguma legislação sobre tal “Homofobia” seja aprovada e implantada no Brasil?

O que percebo é que estão querendo criar uma espécie de raça “Ariana” homossexual, onde estes estão acima do bem e do mal e que seus direitos são supremos e preteridos aos demais.

Ninguém aqui está discriminando a pessoa do homossexual, o que está em voga é a prática do homossexualismo que a Bíblia condena e coloca como pecado contra Deus, e por liberdade de expressão e liberdade de credo queremos continuar pregando em nossas igrejas assim como anunciamos todo o restante da palavra de Deus que inclui denuncias de outros tipos de pecados contra Deus, e uma infinidade de bênçãos de uma vida que O agrada também.

Estamos vivendo um momento crucial da cristandade no Brasil, momento onde corremos o risco de sermos cerceados de nossos direitos de culto e liberdade de expressão como cristãos.

Existe um ditado que diz: “Quando o bem se cala, o mal ecoa”, nesta caso se nós nos calarmos como povo de Deus, certamente tudo aquilo que é contrário a Palavra de Deus ecoará em alto e bom tom. Precisamos assim como Severo reclamarmos o direito constitucional de vivermos nosso cristianismo e pronunciá-lo, e não nos calarmos diante das ameaças, sendo “Jeremias” em nossa época, pois para isso fomos chamados, a anunciar o ano aceitável do Senhor!


A Deus toda glória!

sábado, 11 de abril de 2009

“Mediunidade” Protestante

Quando tive a honra de ser professor do Seminário Presbiteriano do Norte (SPN), no Recife, conheci um aluno que nos dias de semana em que ele deveria pregar nas congregações, passava a tarde dormindo ou jogando futebol na quadra. O mesmo era conhecido por se pretender “espiritual” e “renovado”. Intrigados, procuramos saber se ele não estudava as Escrituras e preparava os sermões com antecedência. O mesmo considerou tal expediente muito “carnal”. Ao dormir a tarde toda ou jogar bola, ele acreditava deixar a mente limpa para o Espírito Santo “baixar” com seu recado, de forma pura e cristalina, logo mais à noite...

Devemos reconhecer a força cultural do espiritismo e dos cultos de origem afro-ameríndia, e como eles influenciaram a percepção de espiritualidade de algumas Igrejas protestantes. O Espírito Santo, e os anjos, funcionam como espécies de “orixás evangélicos”, “baixando” sobre pastores e missionários, qual “médium protestante”. Isso sem falar em “profetas”, principalmente, “profetizas”, com suas revelações particulares sobre saúde, família e negócio, tomando o lugar simbólico das benzedeiras do catolicismo popular, das cartomantes e dos pais e mães-de-santo. Há uma forte equivalência simbólica.

Nos cultos, ou se tem os “médiuns”, ou se tem os “artistas”, que lideram o show-da-fé, no centro do palco e das atenções, promovendo o entretenimento.

C.S. Lewis denunciava as gerações que desprezam as outras do passado, supervalorizando o presente (presentismo), o que não somente atenta contra a herança apostólica e o consenso dos fiéis, vivenciado através dos séculos, mas que se pretende ser melhor, restauradora da “pureza” e outras formas de arrogância espiritual, que rompe a unidade mística da “comunhão dos santos”, conforme confessamos nos Credos.

John Stott dizia que o que fazia uma liturgia viva ou morta, fosse ela mais ou menos estruturada (não há liturgia informal, pois o “informal” é, apenas, uma outra forma) é o fato de os fiéis serem convertidos ou não, e acreditarem ou não no que se pronuncia. A entonação, os sentimentos, a fé, fazem a diferença. Foi o mesmo Stott quem disse que “um anglicano carismático não é um pentecostal”.

Somos carismáticos, porque acreditamos que não há Igreja sem o Espírito Santo, e não há presença do Espírito Santos sem carismas. Se Hans Kung disse que uma das marcas do Anglicanismo era a sua aversão a extremismos, alguém também afirmou que “na Igreja Anglicana o Espírito Santo sopra como um gentil cavalheiro”.

Somos uma Igreja que preza dois mil anos de herança litúrgica da Igreja, católica e reformada. Herança que é o conjunto do que foi, nas diversas etapas e lugares, fruto da ação do Espírito Santo nas comunidades de fé. Daí o Livro de Oração Comum – Bíblia pura, ortodoxia pura – ser uma das marcas distintivas do Anglicanismo. Os seus diversos ritos não engessam os crentes, antes o edificam, e podem ser intercalados com orações espontâneas, cantos, declamações, teatro, testemunho, em uma convergência com um presente que não rompe com o passado. Uma das maiores contribuições que a Diocese do Recife está fazendo para a maturidade da Igreja no Brasil é a edição (ora no prelo) do Livro de Oração Comum Brasileiro (LOCb).

Há quem goste de culto batista tradicional, e nós os respeitamos. Quem gosta desse tipo de culto é livre para adorar em uma Igreja batista. Há quem gosta de culto pentecostal “clássico”, e nós os respeitamos. Quem gosta desse tipo de culto é livre para ir, por exemplo, e adorar na Assembléia de Deus. Há quem goste do culto neo(pós) pentecostal, com apóstolos, banhos de descarrego, tirada de encostos e três recolhimentos de ofertas, e nós os respeitamos. Quem gosta desse tipo de culto é livre para ir à Igreja universal, internacional ou mundial. Agora, pelo amor de Deus, deixem o Anglicanismo em paz, com sua liberdade litúrgica, com sua diversidade, sim, mas “com ordem e decência”, com a alegria do Espírito Santo e o LOC na mão. E isso não é “anúncio de missa de sétimo dia”, para se adotar como “um doloroso dever”, mas uma adesão livre, convicta e entusiástica.

Somos uma Igreja sem mediunidade, sem estrelismo e sem showbiz, graças a Deus!

Olinda (PE), 03 de abril de 2009.
Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

terça-feira, 17 de março de 2009

Einstein e a árvore do conhecimento do bem e do mal


“Toda essa nossa tecnologia e desenvolvimento são apenas como um machado nas mãos de um demente”. — Einstein

Esta foi a afirmação de Einstein quando viu a Alemanha fanatizada pela guerra no inicio do século XX [1ª Guerra].

E o que ele viu para falar tal coisa?
Viu não apenas a Alemanha tomada pelo espírito do fanatismo racial e imperial antes de haver a manifestação mais grotesca de tal realidade, a qual veio a ganhar contornos definitivos algumas poucas décadas depois, quando veio a 2ª Guerra.

Entretanto, o que chocava Einstein era o fato que não apenas o povo caíra no fanatismo, mas também seus próprios amigos/cientistas, especialmente seu melhor amigo, que mergulhara na mesma vala.
Foi quando Einstein viu que tudo quanto começava a explodir em termos de conhecimento técnico/cientifico ia sendo imediatamente transformado em arma química, em aparatos de destruição em massa, mesmo antes da Bomba Atômica.
Ora, o que se tinha naquele tempo era ainda brincadeira se comparado ao que se tem hoje.

Einstein, todavia, viu isso antes de acontecer, por isto, indagado acerca de como seria a 3ª Guerra Mundial, ele disse: “A Terceira não sei como será. Mas a 4ª será guerreada com pedras e pedaços de pau”.
Ele anteviu o fato de que aquele conhecimento desacompanhado de consciência promoveria a Tragédia Final da Humanidade como a conhecemos.
A mesma mente que na solidão de um escritório, sem nada além de papel e lápis, pôde ver os fenômenos mais intrincados do Cosmo, apenas mediante as lógicas dos números e da intuição como experiência cientifica a ser demonstrada — também via que aquele conhecimento não tinha no homem um fundamento de paz e vida.

Ou seja:
Einstein percebeu que aquele poder de criar era o mesmo poder que descriava em escala catastrófica.
Assim, com outras palavras, Einstein afirmava a terrível realidade da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Isto, entretanto, parece estar fechado à percepção de muita gente; ou, se não está, o descaso, todavia, é total para com as implicações de que o mesmo poder que descobre coisas e fenômenos é também o poder que usa o que se descobre para oprimir e aniquilar.

É trágico, mas é fato:
Para cada saber humano revolucionário sempre nos aguardam aplicativos do mesmo fenômeno na direção do que seja mal.
Assim, não em razão do saber, mas em razão de quem fica sabendo [o homem], pode-se dizer que para cada maravilha haverá a sua tragédia aplicativa.
Desse modo se pode afirmar que nada é mais real acerca do homem do que sua ligação espiritual com a Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Portanto, pergunto:

Alguém ainda duvida de que Adão comeu do fruto?
Ora, a conclusão não precisa ser baseada na Bíblia, basta que apenas se leia os sinais do homem no mundo.
Em tese este foi o fenômeno mais dramático que Einstein discerniu.

Caio Fábio